Entre os que estavam na plateia do Teatro da Caixa, na noite de quarta-feira (4), assistindo a mais uma leitura dramática de quadrinhos
dentro do projeto Cena HQ – comandado pelo cineasta Paulo Biscaia –, as opiniões eram diversas. Os mais inflamados dizem que é uma obra
revolucionária. Os supersticiosos podem até dizer que seu autor é uma espécie
de profeta e tudo isso porque nas páginas da grafic novel “Revolta”, André
Caliman idealiza uma rebelião – e manifestações – da população de Curitiba
contra a corrupção, os desmandos e privilégios dos poderosos muito antes dos
“20 centavos”.
Inicialmente publicada em série mensal no blog www.revoltahq.blogspot.com.br/,
a HQ logo se espalhou como pólvora e o autor, como um autêntico guerrilheiro,
percebeu que estava na hora de levar o motim pra rua, ou melhor, pras lojas de
quadrinhos. Então, em fevereiro deste ano, com a ajuda de muitos companheiros,
publicou sua obra através de um financiamento coletivo. Enfim os leitores
podiam ter nas mãos exemplares impressos da revista que, segundo Caliman, “...
é pra ler escondido”.
No palco, o elenco, ou melhor, a quadrilha – como prefere o
diretor Adriano Esturilho – dava vida a personagens como Cheps, Rato, Animal,
Detetive Amêndola e outros através das vozes e gestual intuitivo, tudo isso sem
saber que estavam sob o olhar atento de algumas das pessoas que inspiraram a
criação dos mesmos.
Vários pontos marcantes – e figuras igualmente caricatas –
da cidade estão representados na obra: Shopping Mueller, Cemitério Municipal,
Palácio do Governo (e o prefeito Fruzin), todos compondo o pano de fundo da
Curitiba marginal imaginada por Caliman... Ou você pode acreditar em
coincidências, se preferir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário