quinta-feira, 28 de abril de 2011

... eu e os prelos, os prelos e eu

"Que maravilha o brilho da inteligência humana!" - tal foi o pensamento que (docemente) inundou meu mundo enquanto admirava o girar da rotativa por através daquele vidro.
Enquanto os fatos eram impressos em corpo 12 -  acredito ser - e ganhavam imagens pra preencher titânicos rolos de papel que amanhã estarão organizados em cadernos e manchetes, a acompanhar o dejejum dos que sorvem um pouco do mundo junto com o café antes de irem trabalhar, lembrava eu da primeira vez em que me fiz seriamente aquela pergunta: "Ei, o que eu quero ser quando crescer?" E a resposta estava lá, bem diante dos meus olhos...

Tocava o vidro com as pontas dos dedos como se pudesse tocar um sonho, observava a materialização do suor, sangue e lágrimas de meus agora "colegas de trabalho", com uma entorpecente realidade em mente: a partir de agora, aqui também estarão o meu sangue, o meu suor e as minhas lágrimas. E, de repente, como que para legitimar esta certeza, derramei algumas gotas furtivas do pranto mas cálido que já me ocorreu.

Pois naquele momento estavamos ali apenas eu e os prelos, os prelos e eu...  
  

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