terça-feira, 31 de julho de 2012

A Pollyanna que lhe falta

Há, crepitando em seu olhar, o fogo dos que amam o movimento. A inconformidade reluzente dos que cospem na cara do destino e o subjulgam em cada gesto que a vontade manifesta.

Muitas vezes, porém, a essência da mudança, que lhe é tão íntima, escorre pelos poros que a insegurança abre em teu espírito. Dissipando o púrpura compacto de tua energia em rosáceas - e debéis - matizes cheias de incredulidade.

Inspira os alísios suaves que lhe trazem suas conquistas. Oferece o infinito como meta a cada dom que te alicerça e, como deve ser...


 Extrai o que houver de bom em cada passo que decidires dar.



Para a grande amiga Aline Maria

terça-feira, 24 de julho de 2012

Sob o Céu de Catalão I


(foto Dulce Carvalho)

Existem histórias que somente a estrada pode escrever. A lembrança dos laços que se criaram naquele "deserto verde" do interior de Goiás traz consigo cores, sabores, risos e entorpecências típicas do Cerrado.

Se na paisagem reinava a planitude infinita daquelas terras, deliciosamente sinuoso é o relevo das minhas reminiscências. A  primeira delas remete a um sono tão volátil quanto recompensador que, após um dia intenso de batalha em prol do verde da minha nação, partilhava com cerca de quarenta dos guerreiros mais valiosos com quem já reafirmei meus ideiais.

Na bagagem e no espírito, os espólios da maior manifestação em defesa do Código Florestal Brasileiro feita em Brasilia até então. Precisamente às 2h da manhã do dia 8 de março do ano corrente, o ônibus quebra em Catalão e, a partir desse ponto, o que ganhamos tornou-se inestimável...

No próximo post da série

Morning Sound



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Religiosa displicência

A crueza da vida há muito me ensinou a gotejar em cada gesto cotidiano microdoses de displicência. E, entre os espaços que surgem quando deixo de me preocupar com a perfeição, aproveito pra fazer o meu melhor... E sorrir!


quarta-feira, 18 de julho de 2012

... e aí vamos nós (de novo)

Sábado último. Estava em casa há cerca de meia hora - ou menos até - quando uma fonte sonora de tão má qualidade quanto intenção despeja no ar, sem nenhum tipo de consideração aos meus ovidos, um jingle porcamente produzido e propositalmente xarope para me lembrar que o "Candidato A" é a milagrosa solução para os problemas seculares da minha cidade. Os lalalás se misturam aos blablablás e pronto... Está revigorado meu asco pela espécie que mais procria indiscriminadamente no ambiente atual: "Políticus Oportunistus".

E eles vão... Caminhando e cantando e enchendo a nação. Inchando o processo democrático de promessas de perfumaria e discursos de porta de boteco. Comprando dentaduras e votos, segurando e beijando bebês classe média e obrigando você a ler mais um texto como esse, de indignação recorrente.

A cada quatro anos, preenchemos - forçosamente - os pratos da balança com a carne podre disponível, o que nos leva invariavelmente às opções: fé demais ou fé de menos. E pior... Como já vem se tornando praxe, a geração "sangue do meu sangue" engrossa o caldo e afina a esperança.

...

Na corrida por um salário milhardário, pouco importa se o "pobrema" é de saúde, saneamento, segurança ou... de Língua Portuguesa mesmo. Eu, que nunca antes olhei para além da minha confortável realidade, mostro os dentes (e outros atributos previamente selecionados) para que acreditem que, com seu voto, vocês transferem a um homem honrado o sagrado (?) dever de zelar pelos interesses de pessoas cujos rostos eu procuro evitar após o período de eleição...

E, antes que eu esqueça, meu número é...