sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Epifanias de banheiro

Epifania: Apreensão, geralmente inesperada, do significado de algo

Lembrei-me hoje de conversa tida com a colega de revisão mais linda com quem já trabalhei - ainda que desconsiderasse o fato de ela ser um "bendito fruto entre os homens", o adjetivo caberia perfeitamente -, em que falavamos sobre compreenções súbitas da verdade, ou seja, de epifanias. Embora mais comumente usada em contexto religioso, a minha intenção ao vincular esta palavra ao ambiente destinado à eliminação de "impurezas corporais" não deve ser vista, de maneira alguma, como um desrespeito às autoridades superiores que governam o universo. É simplesmente uma alusão ao local onde costumam ocorrer as minhas epifanias...

Para ilustrar essa realidade, divido com os leitores deste blog (parcos porém de extremo valor) pequeno "causo" de tempos universitários. Estavamos reunidos, meu colega de projeto e eu, ruminando há horas em busca do conceito ideal para a campanha publicitária da "Arte Sonora", empresa fictícia, atuante no ramo de lutheria (fabricação artesanal de instrumentos musicais de corda), que nos servia de objeto de estudo para o TCC. Pausa para o banheiro e, enquanto a natureza fazia seu trabalho, a iluminação súbita do intelécto característica de uma manifestação epifânica refletiu-se em todos os azulejos que compõem o messiânico local. Nascia então o conceito "Seu som, sua marca".

E esse é apenas um dos momentos similares cujas recordações moram em meu banheiro...

Desfazendo então esse "flashback" pseudo-hollywoodiano, transporto o leitor para o dia de ontem, quando inspirado pela conversa de revisor (e pelos muitos risos que a acompanharam), pensava eu, no banheiro, óbvio, sobre a existência ou não do "nada". Confesso que esse conceito sempre me intrigou, nunca busquei fontes filosóficas, científicas ou de qualquer outra natureza que pudessem conduzir meu raciocínio sobre essa questão, justamente porque tento chegar a uma resposta que me satisfaça por meus próprios méritos. E, sendo assim, mergulhei novamente em meus compêndios interiores para farejar pistas.

A grande questão é que o nada é imaterial, é uma abstração do ser humano (abstração matemática aliás, atrelada à concepção do algarismo zero, não me recordo agora sob autoria de quem). O nada não faz parte do nosso cotidiano, pois a linguistica se encarrega de, para cada coisa, dar um nome, mesmo que essa coisa seja apenas uma ideia (assim como ocorre com o próprio nada inclusive). Alguém pode argumentar: "mas o nada pode ser representado por uma equação..., então, ele existe!" E eu sou impelido a redarguir: mas toda equação é, em si, também uma abstração... então, de fato, ela não existe. Se Platão fosse convidado a opinar, puxaria minhas orelhas dizendo: "Quantas vezes já lhe falei? Se existe no pensamento... Existe".

Eu caio então em um empasse: Se o próprio nada é um conceito, tem sua definição, seu argumento... o nada "puro" não existe. Esse é o momento em que, lá do fundo da platéia, um cientista ergue o braço e esbraveja: o vácuo é o nada! Não, meu querido, o vácuo é o vácuo... A partir do momento em que você assumiu a sua condição de existência, lhe deu um nome, uma significação, já não pode mais ser designado como nada. "Mas o vácuo é a ausência total de matéria! - grita indignado o cientista. Então como você sabe que ele é o que é, senhor cientista? Eu mesmo posso lhe dizer, devido a um desdobramento da lógica que diz: quando não existe matéria, existe vácuo. Na sua própria premissa encontra-se incrustrada a contradição, percebe?

O leitor deve estar pensando: até agora tudo o que esse maldito beletrista e filósofo de porta de banheiro me trouxe foram dúvidas... e a epifania? Onde está?

Calma, ávido companheiro, deixe-me dar mais um passo adiante. Alias, não o darei. Resolvi agora, de maldade mesmo, transformar este post em uma pequena série dividida em duas partes, e a epifania ficará para o próximo escrito...

FATALITY NA SUA ESPECTATIVA!!!!




 Flawless Victory...          
     

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sintonia

Ela: "Vou-me embora pra Pasárgada"
Eu: "Lá sou amigo do Rei"
Ela e eu: "Lá tenho a mulher que eu quero
                 Na cama que escolherei"

Ah Manoel... momentos se constroem com poesia!

domingo, 4 de setembro de 2011

Only the real things...



I remember the first time I stopped on the way to thinking about that was right or not... Before a very long time, the true came to me and I finally understand... the real things are the only things that matters...

... and now, I think I have one.