sexta-feira, 30 de maio de 2014

O bálsamo da lanterna acesa

Que bálsamo a crença seria... Mas há sempre a sede da certeza, o não contentar-se com a resposta cega. Que solitário costume esse de carregar a lanterna acesa em noite aberta, em busca da verdade que se esconde por entre as pedras da praça...

... que faço eu se é dessa "loucura" de que me alimento?

terça-feira, 20 de maio de 2014

Insultos poéticos amanhecidos

Que pensas tú chamar de poesia, jovem?

Palavras e sons de laboriosa conexão
ainda que de sonoridades irmãs -
Por si só não fazem verso.

Há que se ter o olhar do ourives
Há que se sublimar ao céu a palavra
E no entanto fazer-se pulsar o coração
e a libido bem rentes ao chão - e ao inferno

(Por que não?)

Não trates da aliteração como preenchedora de lacunas
Lima da estrofe toda letra que não lhe caiba na estrutura
Toda rima que a ela não se presta, pois a perfumaria da forma
não esconde sua falta de seresta...

(E de erupção)  

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Aos maus entendedores, toda palavra é besta...

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Uns segundos de ar fresco

Como se não pudesse reter o que é, deixa escapar por entre os vãos do superego umas gotas esverdeadas de aquosa sinceridade...

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Mil e uma formas de provar os sabores da arábia

Restaurante que reverencia a tradição sírio-libanesa




Baba Salim é um tesouro culinário de Curitiba, pois além do paladar refinado, necessário para apreciar as delícias da cozinha originalmente árabe, o visitante precisa ter olhos atentos para encontrar a entrada desse oásis em meio à paisagem urbana da Rua Amintas de Barros, no centro da cidade.

Espaço intimista, propicia conversas entre as mesas próximas enquanto transmite a agradável sensação de casa sempre cheia, de acolhimento. As referências ao Oriente Médio estão nas paredes, nos descansos dos pratos, na música ambiente, e se misturam com os aromas que emanam da cozinha, comandada por legítimos representantes da tradição sírio-libanesa.

No cardápio, opções como a Chawarma – massa síria recheada com carne e legumes -, o Quibe Crú, o Tabule ou ainda o Mjadra – prato a base de arroz e lentilha – trazem o sabor único (e inconfundível) de especiarias como açafrão, cardamomo, tahine entre outras que tornam cada garfada um momento marcante. Não deixe de provar também as esfirras abertas e a exótica pizza libanesa, preparada com massa própria.

Um ponto bastante positivo é que quase todos os pratos do restaurante possuem versões vegetarianas.

Além da comida, para que a viagem às terras das areias dançantes seja completa, a música típica árabe se escreve no corpo das dançarinas que com frequência se apresentam na casa, homenageando as ricas raízes culturais dos proprietários.
...
Não vá embora sem: provar o legítimo Chai, servido em porcelana e utensílios tipicamente árabes.
Ressalva: O local é ideal para pequenas reuniões mas se você é uma pessoa de muitos amigos talvez seja um pouco difícil de acomodar todo mundo.

Resenha originalmente publicada no Guia Gazeta do Povo

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Quando a natureza enfeita o prato principal

A natureza invade os espaços e faz parte da decoração dos preparos culinários nos restaurantes de Curitiba

Matéria originalmente publicada no Guia Gazeta do Povo



Embora a maioria das pessoas esteja se tornando cada vez mais “urbana”, há sempre uma busca por cores, sabores e aromas bucólicos para encantar o paladar e enriquecer as experiências visuais e gustativas. Para reforçar ainda mais essa ligação, alguns bares, restaurantes e bistrôs de Curitiba investem em ambientes que buscam recriar a atmosfera da degustação aliada ao contato com a natureza. Conheça alguns dos mais interessantes:

La Table Gastronomie
Conduzido pela Chef Daniela Prosdócimo Caldeira – que possui formação como Chef de Cuisine pelo Los Angeles Culinary Institute, em Los Angeles – o La Table Gastronomie é um espaço voltado para acolher eventos sociais e corporativos e oferece espaços especiais como um salão que recria a ambientação de um jardim, com diversas plantas, flores e pequenos arvoredos, dispostos em torno de bancos e móveis rústicos para que o cliente possa sentir-se em uma garden party. Diversos aspectos da casa refletem uma postura diferente de Caldeira com relação ao papel da culinária. Para ela, a gastronomia deve ser algo “que vá além do ato da alimentação, é também uma experiência sensorial e busca sempre o bem-estar das pessoas”. Baseada nessa filosofia, desenvolve um cardápio com opções como “Risoto de Champignon Com Tulle de Parmesão”, “Strogonoff de Mignon Com Maçã e Curry”, “Brigadeiro de Café e Cardamomo”, “Bolachinhas de Pistache” entre outras que primam pelo uso de elementos orgânicos e regionalistas, a não utilização de espécies em risco de extinção nos pratos e a mitigação do desperdício. Esse conjunto de práticas coloca o La Table Gastronomie como um dos principais representantes da Gastronomia Responsável em Curitiba.

Lagundri
Sabores e ambientes de diversos pontos do sudeste asiático convivendo em perfeita harmonia. Essa é a proposta do restaurante Lagundri, que Investe também no conceito de “atmosfera”. Estão representados em seus ambientes desde o mercado flutuante tailandês – com luminárias típicas, paredes vivas e um jardim com vegetação tropical – além do centro urbano de Bangkok, através das pinturas e demais elementos da decoração.
Também adepto da Gastronomia Responsável –até mesmo devido ao perfil da casa – o cardápio traz diversas opções de pratos baseados em ingredientes orgânicos como o “Arroz de Mekong” – arroz frito, coentro, amendoim, pimenta e palha de batata doce. Possui também pratos com o curry como ingrediente principal, além de frutos do mar e carnes típicas.

Limoeiro – Casa de Comidas
Com ambientação tão singela quanto o nome sugere, o restaurante procura resgatar a atmosfera da “casa da vovó”. A construção é rústica, mesas e paredes de madeira, o local chama a atenção pela área externa com gramíneas e arvoredos – entre eles um ipê lilás – onde o cliente tem à disposição mesas por sobre a grama e guarda-sóis para os dias de calor.
No cardápio estão especialidades das culinárias italianas, portuguesas e árabes como o “Tortellini di Zucca”, “Cordeiro a Libanesa” ou ainda a sobremesa tipicamente portuguesa “Baba de Camelo”.

Quintana Café e Restaurante
Gastronomia, literatura e a natureza compõem a atmosfera desse espaço. Inspirados na leveza da poesia, a casa oferece cerca de 35 opções de pratos da culinária brasileira elaborados com produtos orgânicos, além de sanduíches e doces que variam diariamente, servidos em uma mesa gastronômica.
Consolidando a relação com a literatura, a casa abriga uma biblioteca própria batizada, como não anuncia o nome, de Mário Quintana -- com títulos selecionados por Rogério Pereira, editor do jornal literário Rascunho. Todos os livros estão disponíveis aos clientes para empréstimo.
Se o cliente optar pela leitura no próprio local, pode desfrutar de um espaço arborizado, com mesas ao ar livre onde a natureza harmoniza com as diversas exposições fotográficas, de artes visuais, saraus e apresentações musicais que esporadicamente tomam conta do local.

Kawiarnia Krakowiak
Localizado nas adjacências de uma das áreas verdes mais charmosas da cidade – o Bosque do Papa João Paulo II – o restaurante complementa a paisagem trazendo uma autêntica casa polonesa tradicional em todos os seus detalhes. A área externa dá ao cliente visão plena da entrada do parque, enquanto mantém toda a atmosfera rústica expressa pela cobertura inspirada em um tradicional coreto.

No cardápio, uma sequência polonesa com Bortsch (sopa de beterraba), pierogi e charuto com folhas de repolho recheadas. Para o lanche, pães e torradas com geleia, patê de atum e manteiga e outros salgados. Mas o grande chamariz da casa são os doces, como a Makovièc (torta de maçã, papoula, nozes, castanha, uva passas e ganache), a Silésia (torta doce especial com massa amanteigada em camadas intercaladas com ameixa e doce de leite) e a Kremòwka, chamada também de Doce do Papa (massa fina folhada com creme de baunilha e nata). Para acompanhar, chás e cafés tudo servido em porcelanas de estilo antigo.

As (não) rimas do meu silêncio...

Escolhi o silêncio para fugir da verdade. Não quero (ou não posso) olhar para o que sei que as palavras implacavelmente esperam para me mostrar. Encontro algum tipo de abrigo no cotidiano... na insanidade das demandas que se assomam, na futilidade das questões urgentes, na agenda (des)existencial que impõe formato às letras e apequena o poeta, lhe exigindo ares de personagem corporativo.

Esqueço da poesia para não maculá-la. Esqueço das rimas para não forçá-las a serem o que não devem ser. Pois em algum lugar dos dias recentes, perdi um pedaço... Sou menos poeta e mais desencanto.

Mas e a prosa? Notou que está fazendo uso dela? Não lhe dói imprimir tais devaneios em prosa? Penso ela já estar habituada...

Eu é que a viver perece que jamais me habituo...

E não vais dizer ao papel onde lhe deita essa dor? Tenho certeza de que ele já sabe...