terça-feira, 20 de maio de 2014

Insultos poéticos amanhecidos

Que pensas tú chamar de poesia, jovem?

Palavras e sons de laboriosa conexão
ainda que de sonoridades irmãs -
Por si só não fazem verso.

Há que se ter o olhar do ourives
Há que se sublimar ao céu a palavra
E no entanto fazer-se pulsar o coração
e a libido bem rentes ao chão - e ao inferno

(Por que não?)

Não trates da aliteração como preenchedora de lacunas
Lima da estrofe toda letra que não lhe caiba na estrutura
Toda rima que a ela não se presta, pois a perfumaria da forma
não esconde sua falta de seresta...

(E de erupção)  

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