segunda-feira, 5 de maio de 2014

As (não) rimas do meu silêncio...

Escolhi o silêncio para fugir da verdade. Não quero (ou não posso) olhar para o que sei que as palavras implacavelmente esperam para me mostrar. Encontro algum tipo de abrigo no cotidiano... na insanidade das demandas que se assomam, na futilidade das questões urgentes, na agenda (des)existencial que impõe formato às letras e apequena o poeta, lhe exigindo ares de personagem corporativo.

Esqueço da poesia para não maculá-la. Esqueço das rimas para não forçá-las a serem o que não devem ser. Pois em algum lugar dos dias recentes, perdi um pedaço... Sou menos poeta e mais desencanto.

Mas e a prosa? Notou que está fazendo uso dela? Não lhe dói imprimir tais devaneios em prosa? Penso ela já estar habituada...

Eu é que a viver perece que jamais me habituo...

E não vais dizer ao papel onde lhe deita essa dor? Tenho certeza de que ele já sabe...   

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