quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Se quizeres, volta!

Tenho esquecido-me da poesia. Tenho negligenciado a minha arte primeira... Ou quem sabe não tenha sido ela quem me abandonou? A prosa tem reinvindicado um espaço que antes não lhe cabia em minha escrita, é verdade, mas nem por isso posso dizer que a sutileza do poema, a métrica, a sonoridade, a ourivezaria da palavra não encante mais meu coração. Ela é quem não me chama...

Lembro de uma explosão crescente (e sublime) de significados e metáforas e figuras e sons inundando o pensamento e implorando o branco do papel para se agarrarem. Lembro-me da luminescência que experimentava ao cadenciar os versos, construir tercetos... emolduras as rimas dos quartetos... sonetear.

Embora não tenha mais sentido essa pulsão criacionista, mantenho a mente aberta a essa arte (a minha arte verdadeira). Desculpe-me a prosa, mas não a considero tão genuína, tão valorosa... Nasci para fazer nascer estrofes, não parágrafos, e nunca será diferente. Por isso, peço que se a inspiração poética anda de mágoas comigo, que venha bater a minha janela esta noite, para que eu possa beijar-lhe a testa, e voar pelo nunca e pelo sempre, como costumavamos fazer...

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