terça-feira, 2 de agosto de 2011

Reflexão...

Observar os mundos alheios... Era esse mesmo o conselho que recebi? Havia mais... A "estranheza" dos mundos alheios. Era isso, definitivamente. É curioso como algumas pessoas sempre nos fazem refletir, seja pelas suas estranhezas ou por suas delícias, ou mesmo pela delícia de suas estranhezas...

Fato é que a capacidade do individuo de observar "estranhezas nos mundos alheios" está intimamente ligada ao seu próprio conceito de estranheza, que agirá aí como uma espécie de mediador entre aquilo que o outro pensa ser estranho sobre si mesmo, e o que efetivamente parece  estranho aos olhos de quem observa.

Foi esse o pensamento que me cortou a mente num daqueles raros momentos em que um ser humano deita as armaduras, e se deixa enxergar como é, sem máscaras, sem truques, sem bobagem. E há tão poucos seres humanos o suficiente para isso... Conversavamos sobre sentimentos quando minha interlocutora (a própria autora do conselho sobre a observação) narrou-me um fato que a ela trouxe estranheza, e foi exatamente neste ponto que meu mediador pessoal entrou em ação.

Viu ela, com espanto certamente, lágrimas rolando na face do amado, de uma forma que ela não pensava ser possível. Eis aí a mãe da estranheza: "de uma forma que ela não pensava ser possível".

O nosso mundo cobra força do indivíduo... mas esquece-se de que é preciso força (e coragem) para ser sincero consigo mesmo, e ser capaz de demonstrar o que se sente...

O nosso mundo cobra também orgulho... o que afasta as pessoas, fazendo-as criar espinhos, carregar armaduras, esconder a dor por trás de uma face serena, trancar sentimentos verdadeiros em uma concha. Protegendo-se, antes de mais nada, de si mesmas. Ou melhor, do medo de olhar para si mesmas.      

Este que vos escreve já derramou, no passado, lágrimas por quem ama... e antes de ver o fato com estranheza, ou mesmo se sentir fraco, considera o gesto como uma prova extrema do que sente... pois como foi dito... é preciso força e coragem para ser verdadeiro no mundo em que vivemos. 

Um comentário:

  1. Ser verdadeiro, principalmente consigo mesmo, é um desafio diário. Pq a gente s edeixa corromper por esse mundo 'estranho' e cheio de estranhezas. Sim, eu me encontrei no texto, bem como vc disse.
    Bjo gde e parabéns pela lucidez.

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