Vivo uma urgência em fixar seus detalhes. Nunca, como agora, sua risada pareceu se dispersar no ar com tamanha brevidade. Busco entrelaçar as tuas silabas, o teu tom de voz, por entre esses dedos de beletrista, na esperança de que decidam acomodar-se côncavas na minha mão fechada e permanecer comigo para além do tempo.
Aguço o olhar para apreender o minimo gesto nas prateleiras da memória. Procuro dar significado às amenidades, aos sonhos relatados à mesa do café, às anedotas repetidas somente para mantê-las frescas, vivas, coloridas pelo tempo em que puderem ser.
Converto em abraços cada motivo minimamente plausível porque necessito carregá-los comigo quando a solidão chegar. E alcanço a conclusão (mais do que óbvia) de que não saberia enfrentar a frieza desse mundo sem teu coração pra me guiar
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