Preso na lógica robotizada dos dias correntes, percebe as luzes da iniquidade esmaecendo até mesmo seus fluidos internos. Houve um tempo em que o tempo podia ser medido pelos ciclos de pulsação de seu proposito. Hoje, apenas o seu silêncio é combativo.
Nas ruas, um surto de conformismo se mistura ao regozijo tão asséptico quanto violento da impessoalização programática. O homem é o panóptico do homem.
A verdade, desmembrada de todas as suas virtudes, confunde-se com os códigos binários geradores de entendimentos binários. Formula então o pensamento dominante, que esmaga as humanidades com mão invisível e coração estéril. O futuro deixou de acreditar em si mesmo.
A queda crepitante do arbóreo envolvimento coletivo deu lugar a um céu enegrecido de contraproducências institucionalizadas. O Estado atrai para si, além do monopólio da violência, o monopólio do absurdo. O cotidiano não é mais que uma piada infrutífera diante das lentes do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário