sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Tesouros de Tolkien





Novas publicações e reedições da fantástica obra de J. R. R. Tolkien vão além dos limites da Terra-Média.

Os fãs de O Senhor Dos Anéis e O Hobbit já podem se preparar para novas jornadas literárias. A editora WMF Martins Fontes trouxe ao público, em novembro deste ano, uma série de lançamentos e reedições das obras de Tolkien que oferecem ao leitor uma experiência de imersão ainda maior no universo dos elfos, hobbits, magos e anões, além de ir além dos limites da Terra-Média.

Entre esses preciosos tesouros está a oitava edição de O Hobbit, que recebeu nova tradução – a partir da quarta edição londrina, publicada em 1991 – e nova capa. Contando ainda com o mapa do universo tolkiano e ilustrações originais do autor. A história narra, sob a perspectiva do hobbit Bilbo Bolseiro, a aventura da comitiva liderada pelo mago Gandalf – o Cinzento e pelo príncipe anão Thorin – Escudo de Carvalho, na tentativa de recuperar as terras e o tesouro de seus ancestrais, roubados pelo temível dragão Smaug, escondido nas sombras da Montanha Solitária.

Já na edição especial O Hobbit – Lá e De Volta Outra Vez a história ganha novas cores e texturas com as singulares ilustrações de Jemima Catlin, acompanhadas de uma capa dura em tecido. Nesta edição, que traz o título sugerido pelo próprio protagonista Bilbo Bolseiro para suas aventuras, o leitor vai encontrar perspectivas gráficas mais proximais do universo infanto-juvenil para cada personagem e evento relevante da jornada, além de destaque para os cantos e poemas característicos de todo o transcorrer da obra.

O terceiro item desse tesouro é baseado nas adaptações de O Hobbit para o cinema, dirigidas pelo diretor Peter Jackson – também responsável pela adaptação da trilogia de O Senhor Dos Anéis. Trata-se de O Hobbit: A Desolação de Smaug – Gua Ilustrado, de autoria de Jude Fischer, que oferece todo um panorama gráfico dos personagens, dos locais que compõem o universo tolkiano, das raças dos seres viventes na Terra-Média, dos eventos que culminaram na jornada de Thorin, Bilbo e seus companheiros de comitiva, sempre seguindo a estética cinematográfica já existente.

Extrapolando os limites da Terra-Média, o livro Árvore e Folha traz um ensaio literário sobre “Contos de Fadas”. Nesta obra, J. R. R. Tolkien, acadêmico conceituado (em 1972 foi agraciado com os títulos de Comendador do Império Britânico e Doutor Honoris Causa em Letras, pela Oxford University), discorre, sob um viés estreitamente linguístico e cientifico, sob a natureza dos Contos de Fada, suas características de construção, sua função social e literária na sociedade da época, o perfil de público-alvo e sua relação com os demais gêneros literários. Ao final do ensaio, para exemplificar suas teorias, o livro traz o pequeno conto Folha, de Migalha, que demonstra de maneira simples todo o processo de criação de um universo pertencente ao que ele chama de Reino Encantado.

E, fechando o baú de tesouros, temos A Queda De Artur, obra editada por Christopher Tolkien – filho do autor e um dos executores de seu espólio – que traz transcrição dos rascunhos do pai para a interpretação de Tolkien da lenda do Rei Artur, um dos principais pilares do folclore europeu. Apesar de incompleta, a obra tem vários aspectos interessantes. Escrita totalmente em verso – em um esquema de métrica e versificação clássica conhecida como poesia aliterante, foi idealizada para a declamação próxima ao canto, ao estilo dos antigos menestréis. A grafia remonta ao inglês arcaico (com fortes influencias do gaélico), cujos originais podem ser lidos ao lado de cada página traduzida.

Após o poema, semguem-se alguns capítulos de redação de Christopher Tolkien referentes ao processo de transcrição e adaptação dos manuscritos do pai, bem como as notas de contextualização histórica na construção do poema, o método entrelaçamento das referências que ajudaram a compor cada um dos quatro Cantos do poema, as possíveis perspectivas de completude da obra, sua relação com o Silmarilion (obra posterior de Tolkien) e uma reflexão à respeito da própria técnica de produção poética dentro do inglês arcaico, o que demonstra toda a seriedade com que o criador desses universos tratava a literatura fantástica, como ele mesmo a definia.

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