sexta-feira, 28 de março de 2014

As melhores "rotas" em Curitiba pra quem é aficionado por carros

Matéria originalmente publicada no Guia Gazeta do Povo

 

Conheça os pontos de encontro da tribo das quatro rodas

 



Pode aumentar o volume do toca fitas e erguer a capota do conversível, pois como dizia o rei Elvis – the pelvis – essa é a hora de: "little less conversation and little more action, please". O Guia Gazeta do Povo vai mostrar as melhores rotas de Curitiba pra quem aprecia o charme (e a potência, claro) dos autos antigos.

Assista ao vídeo do bar que combina rock e paixão por carros

 

 Bares

Não é preciso pegar uma highway pra ter a sensação de estar na fronteira entre Estados Unidos e México, basta pegar a BR-116, em Curitiba mesmo, e ir conhecer o Phoenix American-Mex, um bar e restaurante especialmente idealizado para proporcionar essa experiência. Anexo a um estúdio de restauração e customização de autos – o Phoenix Studio – o estabelecimento traz o melhor das duas culturas.


Toda a ambientação procura reconstruir a atmosfera dos anos 50/60. A decoração da casa, com diversas referências a ícones da cultura americana – como Elvis Presley e Marilyn Monroe – contrasta com o sombreiro dos Mariachis, músicos que tocam canções tipicamente mexicanas, interagindo com os clientes antes do início da apresentação da banda principal.
Como não poderia deixar de ser, o "antigomobilismo" é essencial para o clima da casa. Além dos autos expostos no próprio estacionamento – e no Studio Phoenix – a casa abriga eventos como o “Phoenix Route 66” ou o “Encontro de Camaros”, que traz carros e apreciadores para o mesmo espaço. Ainda reforçando essa marca, acontecem os encontros de Pine Ups – mulheres cuja caracterização é inspirada nas modelos de propagandas da década de 50’ e os encontros do grupo feminino de antigomobilistas “Elas”.


Pioneiro nessa temática – inspirada pelo bar americano Barney’s durante visita a lendária Rota 66 – o Garage 570 é referência entre os apreciadores da cultura automobilística. Na decoração, que remonta ao período entre os anos 40 e 70, são cerca de 3 mil peças que compõem a ambientação, desde anúncios publicitários de época, peças de carros e pista de dança estilo rockabilly. A casa também recebe encontros e eventos de clubes de carros como Clube do Maverick, Hot Rod, Clube do Honda, Festa do Vinil, Amigos da HD, consolidando ainda mais essa vertente cultural em Curitiba.

O nome da casa – Peggy Sue Diner – inspirado na famosa música de Buddy Holly já dá uma pista do clima vintage do local. Com a decoração remontando também a atmosfera das décadas de 50 e 60, um autêntico diner tem tudo que um apreciador de carros antigos procura: o universo dos autos representado pela lendária “Rout 66” – a mais longa estrada em linha reta do mundo, cortando quatro estados americanos – no balcão e por uma motocicleta adornando o espaço; no cardápio, sanduíches como o Buddy’s Favorite ou o Hamburger Gourmet – onde o cliente tem liberdade para “customizar” seu próprio lanche; além dos clássicos Sundays característicos da época. Anúncios antigos de refrigerante e fotos de ícones da música como Elvis e The Beatles completam a ambientação.

Passeio

Não basta ser um excelente piloto, um verdadeiro apaixonado por carros precisa conhecer a história dos "bólidos" desde o seu início. Pra isso, nada melhor do que visitar o Museu do Automóvel, em Curitiba. Fundado em 1976, possui em seu acervo cerca de 80 veículos de propriedade dos integrantes do Clube de Automóveis e Antiguidades Mecânicas do Paraná – CAAMP.
As máquinas estão divididas quatro categorias, devido ao ano e estilo: antique, vintage, milestones e classic.
Dentre as pérolas em exposição estão clássicos como uma caleça francesa Rotschil de 1910, um Ford T Sport Runabout (1926), Erskine, Fiat 520 e Studebacker (1928), Hupmobile Sport Roadster (1930), Ford Roadster e Chevrolet Sedan Máster (1933), Jeep Anfíbio e Peugeot 202B (1942), Chevrolet Style Line Station (1950), Cadillac Presidencial (1952) e Eldorado (1953) único modelo existente no Brasil.

Encontros de Colecionadores

Com incentivo da Prefeitura da cidade, diversos espaços públicos costumam ser cedidos para encontros de exposição de autos antigos e confraternização entre colecionadores. Um exemplo desses espaços é a Praça da Espanha, que, todas as quartas e quintas das 15h às 17h, recebe o encontro do Elas – Clube Feminino de Colecionadores.
Outro ponto de encontro semanal de colecionadores é o Largo da Ordem – Rua Jaime Reis, que recebe expositores do Clube de Carros Antigos e Colecionadores, aos domingos, das 7h30 às 13h. Evento multimarcas, permite a participação de veículos nacionais com mais de 30 anos e importados com mais de 25 anos, desde que sejam originais de fábrica. Uma categoria especial de autos que também é permitida são os Hot Rods – Carros vintage propositadamente modificados.

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Entrevista colecionador Altair Bora


Como nasce essa cultura de apreciação do Antigomobilismo?
A.B. – Eu gosto de carros antigos desde criança, antes mesmo de aprender a ler as publicações que me interessavam eram aquelas que tinham fotos de carros antigos. O primeiro carro antigo que eu consegui comprar foi quando tinha 28 anos – embora tenha sido difícil porque sempre depende do estado de conservação do carro e sua restauração e manutenção são muito caros... Hoje temos a facilidade de encontrar peças via internet mas como a maioria precisa ser importada, continua sendo caro. Hoje eu estou dirigindo um empala 1967 mas tenho alguns outros carros e a gente sempre acaba se apegando, pois cada carro tem sua história e faz parte da nossa história também. Eu tenho cada um como um filho.

O que motiva hoje as pessoas entrarem nesse meio?
A.B. – Eu acho que hoje existe um “modismo”. As pessoas andam e compram carros antigos para sociabilizar, mas na verdade a gente quase nunca vê ninguém com as mãos sujas de graxa... Carro antigo é pra quem entende de mecânica e sabe se virar sozinho, apesar de diferentemente dos carros novos, eles chamam a atenção e as pessoas param para ver e conversar, o que é bem bacana, bem prazeroso.

Como o senhor vê a questão dos espaços para exposição dos autos?
A.B. - A prefeitura costuma auxiliar nesse sentido, certa vez o prefeito [Cássio] Taniguchi inaugurou um espaço para que pudéssemos expor os carros mas isso sempre dura pouco tempo porque além dos colecionadores vão alguns baderneiros que sujam e estragam o espaço, como já aconteceu infelizmente na praça do atlético ou mesmo no Tribunal de contas [onde ocorreu o evento]. Hoje eles acontecem em algumas praças como a da Espanha e no Largo da Ordem

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