sábado, 14 de junho de 2014

Depois da Revolta!




Entre os que estavam na plateia do Teatro da Caixa, na noite de quarta-feira (4), assistindo a mais uma leitura dramática de quadrinhos dentro do projeto Cena HQ – comandado pelo cineasta Paulo Biscaia –,  as opiniões eram diversas.  Os mais inflamados dizem que é uma obra revolucionária. Os supersticiosos podem até dizer que seu autor é uma espécie de profeta e tudo isso porque nas páginas da grafic novel “Revolta”, André Caliman idealiza uma rebelião – e manifestações – da população de Curitiba contra a corrupção, os desmandos e privilégios dos poderosos muito antes dos “20 centavos”.

Inicialmente publicada em série mensal no blog www.revoltahq.blogspot.com.br/, a HQ logo se espalhou como pólvora e o autor, como um autêntico guerrilheiro, percebeu que estava na hora de levar o motim pra rua, ou melhor, pras lojas de quadrinhos. Então, em fevereiro deste ano, com a ajuda de muitos companheiros, publicou sua obra através de um financiamento coletivo. Enfim os leitores podiam ter nas mãos exemplares impressos da revista que, segundo Caliman, “... é pra ler escondido”.







No palco, o elenco, ou melhor, a quadrilha – como prefere o diretor Adriano Esturilho – dava vida a personagens como Cheps, Rato, Animal, Detetive Amêndola e outros através das vozes e gestual intuitivo, tudo isso sem saber que estavam sob o olhar atento de algumas das pessoas que inspiraram a criação dos mesmos.

Vários pontos marcantes – e figuras igualmente caricatas – da cidade estão representados na obra: Shopping Mueller, Cemitério Municipal, Palácio do Governo (e o prefeito Fruzin), todos compondo o pano de fundo da Curitiba marginal imaginada por Caliman... Ou você pode acreditar em coincidências, se preferir.

A voz melodiosa de Michelle Pucci combinada com o humor ácido de Moah Leal e a improvisação sarcástica de Ed Canedo captam perfeitamente a atmosfera thriller da história, o que faz com que o espectador saia do teatro afim de começar sua própria revolta (em quadrinhos, claro). E aí? Já leu? Vai ficar aí parado? 

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