quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O amor dos botos

Não quis obedecer à lenda. Amava os botos todos os dias, mesmo nos que não eram tomados pela música, pelos festejos. Em seus carinhos curativos, adentrava às águas com amor de irmã, fazendo de si toda mesura e cuidado do mundo.

O fogo dos cabelos amornavam o rio-mar e, com sua presença, o Sol fazia reverência antes de ir se deitar. E quando os curumins da água vinham os pés lhe acarinhar, tinha para eles aventuras a ensinar.

Todo o zelo, todo o mimo, toda a fluidez se confundiam com a coloração rosácea do entardecer... E ela, o amor dos botos, apenas podia desejar que crescessem livres para que da mesma cor pudessem eles se tornar.

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