terça-feira, 13 de setembro de 2016

Um Adeus Desajeitado

Que sorte temos nós. Tudo aprendemos: andar, falar, correr... Mas amar não, amar já nascemos sabendo. Assim como reconhecer quem nos ama verdadeiramente.

Só assim se explica esse amor construído de tão poucos fragmentos de vivência. Vó Ignês era feita de gestos. Da chimia passada no pon, do bombom para afastar a saudade de casa, da cantoria em italiano depois do jantar. E foi tão fácil amar esses gestos, foi tão fácil dissolver a enorme distância no primeiro abraço...

Um menino da cidade que aprendeu pelas tuas mãos descascar pera. E pelo teu talento culinário a amar polenta (daquelas que se corta com o fio, é bom que se diga). Como queria ter ouvido mais suas canções, como queria tê-la abraçado mais... Ter tido mais tempo para descobrir mais de você em mim, ter tido tempo de ser mais seu neto.

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