quinta-feira, 11 de julho de 2013

Adeus à Isla Negra..



Da pele, o sal marinho das tuas letras
penetra os veios do sangue e busca
irmandade com a alma do teu aprendiz.

Generoso, Neruda, permitistes mergulhar os pés
na fonte do teu verso e, como tú, passar
a ser terra, a ser jade, a ser onda, a ser Chile. 

Aprendi, dos teus ouvidos, o som da reza vermelha
do povo araucano, o tilintar fino das agulhas chuvosas e
persistentes, desenhando-se sobre tua capa negra de poeta.

Tive na boca o gosto do trigo...
Das multicolores frutas do Mercado 
... dos seios de Singapura

Mas, também como tú, amei Matilde...
seu amor pelo mar, pela lua, pela areia,
Seu suave entrelaçar de pernas ao dançar

Senti a morte nos lábios quando a Espanha
Rasgou de Lorca o peito e calou suas letras...
Em Granada, saltei-lhe o esquife em honraria

Estive dormindo em tuas reminiscências
Ó copíhue branco do Bosque Chileno
Dividi contigo a barca para Isla Negra...

E, depois de sorrir, amar, morrer contigo
Só resta a mim dizer adeus...  
      

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