quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Mal sabia ele...

Falou com a propriedade típica da mais vaga certeza. Fez caber no peito toda a ignorância do mundo... E verbalizou. Não só isso, foi verborrágico. Tomou para si um discurso lacunoso e o preencheu de um entusiasmo desesperado, pensando que com isso esconderia a debilidade da argumentação.

E funcionou. Deu voz ao preconceito... E foi ouvido. Arregimentou em torno de si uma (micro)legião de perseguidores do próprio rabo e, pleno de sua babaquice, traçou planos maiores. Ergueu bandeira, discursou. Pediu votos, discursou. Utilizou das fraquezas alheias, discursou...

Pousou o crucifixo por sobre a face do Estado Laico, justamente no momento em que arriscava uma oração. "Salve o latifundiário, o militar saudosista, o imigrante desenvolvimentista - mas só o branco que os demais são escória -, a configuração de família na qual me enquadro, e tudo em que acredito, amém". O resto, que se foda... Mas de preferência bem longe que é pra não causar desordem. Que progresso!

Altivo, soberbo da alCunha de cidadão de bem, apregoava moralidades que não alcançavam o próprio dinheiro expatriado. Enquanto apontava um dedo, outros quatro estavam virados para si... Cala-se, poupa-se, nega-se...

Prolifera-se! E inflige pecha injusta aos homens de trabalho. É um e é centenas. Uma réstia de auxílios-ternos brigando pela desonra do veneno na coisa pública. Debaixo da excelentíssima inclinação ao lobby, vende os ideais a quem tiver o lance mais atrativo. É a mão invisível do mercado e do poder que alcança inclusive quem outrora foi seu adversário...

Mal sabia ele que nós sabemos de tudo...





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