sexta-feira, 20 de abril de 2012

Superioridade Feminina

Recentemente, conversava - com as melhores companhias - sobre a atual "flacidez" moral e de modos dos homens de nosso tempo. Situação essa que, infelizmente, fui obrigado a avalizar.

Os argumentos eram de que falta ímpeto, iniciativa, estoicismo aos varões dos dias correntes, enquanto às mulheres sobram predicados na medida em que avançam, sobre todos os aspectos possíveis, dentro de nossa organização social.

 A vida como a conhecemos hoje talvez explique esse fenômeno. A comida ao alcance das mãos em uma prateleira de Hipermercado, por exemplo, talvez tenha abrandado, ao longo de muitos anos, o ímpeto do caçador que um dia fomos, juntamente com nossa conexão com a terra e a visão tribal do compartilhamento.

A verdade é que a natureza das demandas pela sobrevivência (e destaque) mudou. Enquanto aos homens foram impingidos novos padrões de relacionamento com o ambiente social, às mulheres coube o aprimoramento. Desenvolveram uma espécie de sintonia fina entre suas habilidades natas e as demandas desse novo panorama globalizado, de modo a se posicionar melhor adaptadas.

Enquanto as mídias convergem, as mulheres sempre foram muiti-tarefas. Enquanto além do valor funcional dos objetos os produtores de bens de consumo levam hoje em consideração questões como design e valor simbólico, a relação das mulheres com aspectos subjetivos como harmonia, detalhismo, suavidade, beleza, métrica, sutileza, interrelacionamento e inteligência sempre foi, em muito, apurada.

E o homem preso no paradoxo da identidade versus a adaptação...


3 comentários:

  1. São bons argumentos para algumas de minhas reclamações quanto aos homens. Devo citar que na última quarta-feira assisti a palestra de uma pós-doutora em ciências sociais que comentou sobre o fato das mulheres adaptarem suas relações domésticas, aprendidas em casa, para o bem estar do próximo, dentro de organizações. Eu concordo e penso que existe uma demanda, mesmo que invisível, por uma certa sensibilidade. O mundo, a cada dia, demonstra urgência. Porém, quanto mais a mulher se adapta, mais sente falta de alguns valores simples, como ter a porta do carro aberta, ter a cadeira do restaurante oferecida, ter sua bebida servida. Essa busca de adaptação acaba, a maioria das vezes, deixando de lado princípios como o cavalheirismo. O que é lamentável. Essa é uma opinião, mas pararei por aqui, pois senão escreverei um blog dentro de um blog!

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  2. Devo dizer também que você escreve lindamente. Demonstra em seus textos inteligência, sensibilidade e poesia. Queria eu conseguir usar palavras tão belas como você!

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  3. Uau, nunca antes havia recebido um elogio como esse! Alegro-me muito em saber que meus escritos são de seu gosto. Suas letras também são primorosas, e tenho que admitir que foi lendo seu blog que tive vontade de ser mais constante no meu. Abraço!

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