sexta-feira, 4 de março de 2011

Cordeiro...


Foto: Leonardo Dobblin
Cordeiro

Olho o “seu” verde, do “seu” pasto
A vida... estanque. Sob o “seu”
Ponto-de-vista.

Existem escolhas....
As suas escolhas.
Eu, apenas existo.

Permito que cegues meus olhos
Rotineiro, complacente.

Conveniente... (a ti)

A paz que sopra nos montes,
É relativa.
O vento que corta o rosto,
É zombeteiro.

Carneiro.

Resignado
Amordaçado
Nulo
Obliterado.

A alma é colorida
Mas o pêlo é branco
O querer é desordenado
Mas o balido, condicionado.

Carneiro.

Sigo o teu cajado
Para a minha morte diária
Você tem os meios...
Eu, proletário.

Afagos para aliviar a dor da opressão
Comiseração...

Marca a soleira da tua porta
Com meu sangue imolado,
Busca tua redenção.

Sou instrumento de única função
Servidão.


Um comentário:

  1. adorei o nome do blog, o teu poema também vem marcado pelo nervosismo poético sempre necessário

    abraços

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